sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hafiz - Essa União /Quando as palavras param /Mulher grávida /Meus olhos tão brandos /Nossos corações deveriam fazer mais isso /Eu voto em você


Essa

União que você quer

Com a Terra e o Céu,

Essa união que todos nós necessitamos com amor.

.

Uma asa dourada de Deus

Acaba de tocar o chão,

Agora

Suba nela com

seus valentes votos do sol

E ajude seus olhos

A

Dançar

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Quando as palavras param e você pode aguentar o silêncio


isso revela a dor do coração


Do vazio ou daquele doce anseio atordoante e enorme


Essa é a hora de tentar e ouvir

aquilo que os olhos do Amado

mais querem dizer

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Certa vez, meu Mestre entrou numa fase

Em que sempre que eu o via,

Ele dizia:

.

“Hafiz,

Como é que você virou uma mulher grávida?"

.

E eu respondia,

.

“Querido Attar,

Você deve estar falando a verdade,

Mas tudo o que você diz é um mistério para mim.”

.

Muitos meses se passaram na abençoada companhia dele.

Mas um dia perdi a paciência

ao ouvir aquele estranho refrão

E proferi abruptamente:

.

“Pare de me chamar de mulher grávida!”

.

E Attar respondeu,

“Algum dia, meu doce Hafiz,

Todo absurdo em seu cérebro irá secar

Como uma poça de água sob o sol,

.

Entretanto se você quiser saber a Verdade

Posso ver tão claramente que Deus fez amor com você

E o universo inteiro está germinando

Dentro da sua barriga

E palavras maravilhosas,

palavras iluminadas

irão nascer de você.

.

E serão acalentadas em milhares

De corações.

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Sento nas ruas com os desabrigados

.

Minhas roupas manchadas com o vinho

Das vinhas cuidadas pelos Santos.

.

A luz pintou todos os atos

com a mesma cor

.

Então eu sento por aí e rio o dia todo

com meus amigos.

.

À noite, se sinto uma solidão divina

eu arrombo as portas da mansão do amor

.

E engalfinho-me com Deus no chão.

.

Ele fica tão feliz com Hafiz

E diz:

.

"Nossos corações deviam fazer mais isso."

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Quando seus olhos tiverem encontrado a força

Para falar constantemente para o mundo

Tudo o que é mais querido

Para sua própria

Vida,


Quando suas mãos, pés e língua

Puderem realizar aquele raro uníssono

Que conforta essa terra ansiosa

Com o Conhecimento


Sua alma,

Sua alma tem sido preparada

Em Sua cidade do amor;

E quando você puder fazer os outros rirem

Com brincadeiras

Que não depreciem ninguém

E que suas palavras sempre unam,

Hafiz

Vota em você.


Hafiz votará em você para ser

O ministro de todo país

Neste universo.


Hafiz vota sim em você meu querido.

Eu voto em você

Para ser

Deus.


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Não

Renuncie

Sua solidão tão rápido.

Deixe-a cortar mais

Fundo.

.

Deixa-a fermentar e temperar você

Como poucos ingredientes

Humanos ou divinos podem.

.

Alguma coisa faltando em meu coração essa noite

Deixou meus olhos tão brandos,

Minha voz tão terna,

.

Minha necessidade por Deus

Absolutamente

Clara.

Siddharameshwar Maharaj – Mumbai, 19 de setembro de 1935 / 4 de outubro de 1935


O Sadguru pode ser comparado ao “Sol Escaldante”.


O problema começa assim que o Dia nasce. No sono profundo, o Rei e o mendigo desfrutam da mesma felicidade. Quando o Sol do Conhecimento nasce, não há mais dia ou noite. Como a aparência deste mundo é bruta, um sonho terreno, ela parece ser verdadeira. Quando a “Luz do Conhecimento” se espalha, a aparência ilusória deste mundo se dissolve. O Sadguru é o “Sol do Conhecimento”. O dia do Auto-Conhecimento chegou para as “Crianças do Conhecimento” - os pássaros (Jivas) obtêm os olhos do Ser (Atman). O medo nas mentes daqueles que são viajantes do caminho do Auto-Conhecimento se esvai. Quando a luz do Ser se alastra, a escuridão da vida mundana é destruída.

Quando você entende que você é Ele, isso é como o meio-dia, quando o Sol está no seu zênite. A ilusão é uma noite que perpetua o sonho da existência do mundo todo. Quando essa noite da ilusão desaparece, então o sonho do “eu” também se dissolve. Então a “Grande Experiência” é realizada totalmente e torna-se nosso próprio lugar. O Sadguru é o sol que destrói tanto a alvorada quanto o crepúsculo. Esse Sol nasceu. Ver, significa ver o mundo. Isso é Ilusão e o Ser permanece não conhecido. Há um falso conceito que é chamado de “Ilusão" no Vedanta, que o Sadguru destruiu. A grandeza do Guru é tal, que apenas posso louvá-Lo, usando as palavras dele próprio. O que mais posso fazer?

O Sadguru está além do dia e da noie. Quem pode vê-Lo? Ele é o mestre da Luz, mas também é o Senhor do “Caminho da Retirada”, um Nivrittinath, que também não tem luz. Saudemo-Lo repetidamente. Ao louvá-Lo ocorre uma inadequação, é redundante chamar um rei de rico. Nenhum louvor limitado desse tipo é possível para o Sadguru. Como podemos enumerar tudo o que ele concedeu? É tão vasto que as palavras faltam.


A grandeza do Sadguru, o Mestre Verdadeiro, é imensurável. Aquele cuja fé no Guru diminui depois que ele alcança o Conhecimento, não obtém a alegria da “Bênção Suprema”. A diminuição na fé no Guru é a causa da falha. Não deveríamos nem mesmo beber água sem antes oferecê-la ao Guru. Todas as ações e coisas a serem apreciadas deveriam ser oferecidas ao Guru e apenas então, aquilo que sobrou deveria ser utilizado. A palavra “É” na “Grandiosa Afirmação” “Você É Aquilo” (Tat Tvam Asi), só é possível de ser alcançada através da Graça do Guru. O serviço do Sadguru é o mais elevado. Essa devoção lhe possibilita alcançar o estado que é sem igual no mundo. No momento em que se alcança “Aquilo”, ocorre uma mudança no intelecto e um pensamento ilusório entra na mente e pergunta: “Que importância tem o Guru?” Nunca abandone sua Devoção ao Guru. Apenas ao ter uma fé profunda no Guru, você alcançará a Realização, e verá tudo acontecer de acordo com a sua vontade. Você deve, de fato, sentir e experimentar o significado da palavra “É” (Asi), e reconhecer-se como Brahman e chegar ao contentamento final. O Auto-conhecimento é sentido como sendo difícil de alcançar, porque a Devoção é inadequada. A devoção a Brahman com qualidade e forma (Devoção Saguna), na forma do Guru, é muito difícil. O devoto sofre perdas mesmo se houver a menor preguiça em seus esforços. A preguiça não deve ser permitida em relação à sua devoção.

Abandonar todas as religiões tem um significado especial. Significa que você deveria abandonar todos os seus hábitos que alimentam a sua consciência-corpo. Isso irá assegurar o seu sucesso na empreitada espiritual. Matar os Kauravas (do Bhagavad Gita) significa matar a identificação com o corpo físico. “Lutar” é o que é chamado de religião. Esse é o caminho do dever. Temos de lutar de modo a matar a Ignorância e ganhar o Auto-Conhecimento. Isso é chamado de nosso dever natural. Portanto, você tem de cumprir seu dever, tem de agir, e se você não cumprir o seu dever, o destino irá forçar alguma ação e você experimentará ruína.

A religião tem de ser seguida e a luta tem de ser lutada. Faça como lhe digo. Você tem conhecimento amplo, mas sua fé é inadequada. Aumente a intensidade da sua fé. Aumente sua fé no Sadguru.

Você deve ter convicção a respeito da “Natureza Absoluta de Brahman”. Não há nada além de Brahman. Deus é de acordo com seu sentimento. A diferença no seu sentimento está de acordo apenas com a sua fé. Aqueles que desejam se tornar um com Deus deveriam seguir o caminho da devoção. Quando a sua lealdade é provada, o estado de Brahman é seu. O véu de incontáveis dias tem de ser removido. Se a devoção se tornar fraca após ganhar o Auto-Conhecimento, aquele Conhecimento não será frutífero. Embora Krishna fosse um príncipe, ele serviu seu Guru e fez muito trabalho pesado. Isso resultou que ele ganhou mais riquezas do que seu Guru, as riquezas da Divindade. Cada um recebe o status que merece. O resultado da fé real é definido e inevitável.


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[Este discurso faz referência ao Mestre perfeito Janardan, e seu discípulo o Santo Eknath Maharaj]


Com as mão em prece, o discípulo curva-se perante seu Mestre, o qual é Shiva. Após prostrar-se, ele diz para o Guru: “Você agraciou-me com este que se curva perante Si, o Estado de Shiva”. Aquele “Estado”, que Você concede é “Seu Próprio Ser”. Você não permite que a entidade separada na forma de um indivíduo (Jiva), permaneça, então como pode a identificação com o corpo permanecer? Você não perturba nossa vida, mas aceita nosso serviço a Você. Isso significa que o discípulo aparentemente é igual aos outros, no corpo físico. O princípio vivo, movendo-se no discípulo, é tão normal quanto o dos outros homens, mas Você transforma a “Consciência Interior” na vastidão de Shiva. Você dá ao Seu devoto o elevado estado do Ser (Self), o qual está além do corpo mas de alguma forma o corpo físico ainda serve a Si.

O grande demônio da dúvida é esse que pensa que somos um indivíduo (corpo), embora sejamos verdadeiramente Brahman. Ao matarmos esse demônio da dúvida, Você carrega esse corpo morto. Quando a noção errônea de que a pessoa é o Jiva se vai, Você carrega o corpo dela, dá o status de Brahman àquele corpo. Então, como Vishnu, o Deus todo-Permeante, mantém unido o corpo e opera através dele, Você reside no corpo como Janardan. Agora, Eknath fugiu. Não há ninguém que seja o proprietário, chamado Eknath, que esteja nesse corpo. Há apenas o Guru, o Mestre, que é Janardan. O som da concha fica evidente por causa daquele que a sopra. Quando este corpo está apto a falar, é porque Você o fez fazê-lo. Este corpo está se movendo e fazendo suas atividades por Sua causa, pois o que era “meu”, se foi, junto com “eu”.

Agora todas as ações são feitas por Você. O sentido de ego que estava no corpo se foi e é agora substituído por Si. Agora o reinado do Jiva terminou, e Você, Shiva, é o governante. É através do Seu Prana, que o Prana do corpo funciona. Os olhos que vêem, são Seus olhos, e Seu nariz absorve a fragrância. Você é o percebedor do nariz e dos olhos. Os ouvidos escutam como Você deseja que escutem. A língua capta o sabor através da Sua vontade, e o intelecto compreende através de Seu poder. O que quer que a mente diga, é através da Sua força. Sem Você, a mente não é capaz de dizer nada. Discriminação e “Conhecimento Seletivo” (peneirando o não essencial do Essencial) é possível através da Sua vontade. A fala é um adorno Seu. A compreensão é possível por Sua causa. Estar desperto, ou ter sonhos, é através do Seu poder. Mesmo o sono profundo é experimentado por Sua causa. Quaisquer coisas que sejam apreciadas são por causa de Si. Você está aqui, chamando a si mesmo de “Eu”. Através da Sua Graça as pessoas reconhecem este corpo como Eknath. Esse nome é Seu agora. Em vez de Lhe chamar de Janardan, eles lhe chamam de Eknath, Mas é apenas Você que age, não Eknath. Ao assumir o nome Eknath, Você tornou-se “o diretor”.

É Você que dá vida a tudo neste mundo. Você é a “Vida do Mundo”. Você torna possível todas as ações. Você é tal Grandioso Sadguru, Janardan. Saudações a Si, com Seu Próprio Poder! Lâmpadas de Arati são oferecida para o Sol, mas a luz da lâmpada é dada pelo Sol. Adorar Shiva é se tornar Shiva. Esta é a adoração Dele. Dessa forma, é Você que dirige o corpo.

Quando a casa queima, todas as peças de madeira e bolos de esterco tornam-se fogo junto com ela. Similarmente, através do fogo do Conhecimento, o 'eu' com um corpo tornou-se Conhecimento. Isso significa que o “eu” tornou-se não-existente. E agora apenas sobrou você na forma de Conhecimento. Pelo Seu “Poder”, Você está continuando o livro da vida. Dormir, comer, fazer as refeições, tudo é possível apenas por Sua causa. Sua pureza jamais é manchada. Os auspiciosos e os não auspiciosos são todos um em Si, Senhor Rama. Quem é esse que diz: “Você é o fazedor de tudo?” Qual o nome deveria ser dado a Si? É Você que fala assim, é você que está ciente da Consciência. Você é Si mesmo.

Quando você diz que a dualidade vem à existência, você tem de tomar conta daquilo que é visto, e daquilo que não pode ser visto. Quando apenas a “Experiência Pura” está lá, a trindade do observador, o observado e o ato da observação, vem à existência por causa do engano da mente. Quando você comeu um doce, por que fazer a distinção e dizer: “Ele” comeu? Você deve ser muito claro em dizer “Eu sou Brahman” e “Eu desfruto de todos os prazeres”. Isso significa que Brahman desfruta de Brahman. Após ter conhecido o mundo e após ter experimentado, “você” (o Ser) ainda está lá, mas você é uma nulidade. Sentir isso é essencial. É o Guru, apenas, que reside no corpo.