segunda-feira, 23 de março de 2009

Hafiz (1315-1390) - Quando o sol concebeu um homem

O que poderia Hafiz proferir sobre aquele dia
Quando o sol concebeu um homem,
Deu à luz a si próprio
Como a realidade e a verdade?

Que justiça poderia todo discurso na criação
Jamais dizer
A respeito daquela esplendorosa manhã
Quando o eterno Um maravilhoso
Deixou seu rosto
Reaparecer na forma através da graça?

Há algo que eu vi
No interior de Maomé,
Essa é a raiz luminosa
de toda a existência,
Independente da noviça dança
do tempo
Através de uma única corda do alaúde
Do infinito.

O que pode até mesmo o amor de Hafiz expressar
Pelo antigo doce homem
Que sempre produz compaixão
e ludicidade divina?

O que pode o vórtice do meu humor, perspicácia e
gratidão sublimes, jamais dizer
Sobre o pai dos perfeitos,
Quando eles próprios,
Podem transformá-lo em Deus?

Eu trago presentes hoje
Dos reis dos peixes, animais, aves
E anjos.

Eu trago presentes hoje
Dos rios, mares, campos, estrelas
E de cada alma --
que para sempre será!

Amado
Deixa-nos conhecer
O que a luz viu e disse
Quando te descobriu
pela primeira vez,

E em seguida, saltou e desfaleceu
Em tal risada maravilhosa
Que a luz tornou-se
Este solo de terra
E este céu.

Ó, Eterno,
Neste dia sagrado sempre presente
Esquece tua divina reserva -
Escancara as portas da Taberna.
Entrega aos teus sedentos velhacos leais
Uma bebida de tua sagrada vintage,
Livra-nos de nós mesmos um pouco!

Com abençoado conhecimento consumidor
do teu Ser Onipresente...

Nós somos tuas noivas ansiosas, por que esconder isso?
Somos mariposas dervixes cantando.
Nossas almas sabem
Daquele fogo imaculado que manténs
E que pertence a nós!


Mesmo a morte não terá poder agora
Para calar teu nome,
De bater loucamente em nossos corações.

Viajante,
Agora não é hora se sentar-te quieto

Pois nada, além de um grande clamor de alegria
E música

Pode fazer qualquer sentido
Hoje!