terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Meher Baba - Perfeição

A perfeição é alcançada quando o homem se torna Deus ou quando Deus se torna homem. O Ser finito que está consciente de seu ser finito é obviamente desprovido de perfeição; mas quando ele é consciente de ser um com o infinito, ele é perfeito. É isso o que acontece quando o homem abandona a ilusão de ser finito e alcança a Divindade realizando seu aspecto divino. Se por infinito queremos dizer isso que é oposto ao finito ou que está separado do finito e necessariamente oposto do finito, esse infinito já é limitado por ser incapaz de afirmar-se no finito e através do finito. Ou seja, a perfeição não pode pertencer a tal infinito. O infinito tem que, conseqüentemente, descobrir sua vida ilimitada dentro e com o finito sem ser limitado por este processo. A perfeição de Deus é revelada somente quando Ele se manifesta como homem. A descida consciente de Deus na forma limitada de homem é o Avatar. Esse novamente é um caso de perfeição. Assim, temos a perfeição quando o finito transcende seus limites e realiza sua infinidade, ou quando o infinito abandona seu suposto afastamento e torna-se homem. Em ambos os casos o finito e o infinito não estão fora um do outro. Quando há uma mistura feliz e consciente do finito e do infinito, temos a perfeição. Então temos o infinito revelando-se através do finito sem ficar limitado desse modo, e o finito transcendendo seu sentido de limitação no total conhecimento de que ele realmente é a revelação do infinito.

Siddharameshwar Maharaj - Como pode Deus ocupar esse lugar onde está o “eu”?



Sua mente está cativada pelos objetos criados pela ilusão (Maya). Isso inclui também o corpo. Quando sua mente está imersa em Maya, você tem os conceitos de “você” e de “eu”. Todas as lutas devem-se porque você quer que o corpo tenha tudo de melhor. É porque você dedica sua mente a esta luta, que o mundo existe. É porque existem estudantes que existem os professores. Se os estudantes desaparecerem, para quem os professores serão? É porque existe o conhecimento objetivo, que “você” existe. Como o Senhor penetrará o corpo em que você (o ego) estabeleceu sua residência? Como pode uma bainha conter duas espadas? Como pode Deus ocupar esse lugar onde está o “eu”? Podem ser úteis estes objetos sem valor para aquele que aspira alcançar Brahman? Conseqüentemente, você deve sentir que tudo isto não é verdadeiro. Aqueles que querem a ‘Brahmanidade’ devem ter uma dose de Deus (ou seja, devem meditar no Ser-o si mesmo real). De um lado há o ‘Ser’ e do outro, há este exército, este mundo e a regência dos quatorze reinos. Existem duas “realidades" alternas: A Ilusão e Brahman. Não se deve pensar em Maya nem mesmo como sendo boa ou má. Isso se chama “desapego”. Quando, desde o átomo até Brahmadeva, toda esta riqueza e prosperidade são falsas, como podem ser de alguma utilidade? Quando a inclinação mental se separa dos desejos mundanos, de maneira natural ela se volta para 'o Si mesmo real' (o Ser). Mas como pode obter o conhecimento de Brahman aquele que pensa constantemente sobre os objetos do mundo?