segunda-feira, 16 de março de 2009

Meher Baba - Deus está em nós e nós estamos em Deus

Tudo, desde o menos significativo até o mais importante, está aqui dentro de nós. Os planos espirituais com seu indescritível esplendor divino e o plano grosseiro de espaço imensurável, juntamente com seus inumeráveis universos grosseiros, estão todos dentro de nós. Isso porque Deus está em nós e nós estamos em Deus. Deus é indivisivelmente, intransigentemente, infinitamente e eternamente Um em Sua unicidade impecável.

As aparentes intermináveis diferenças nas experiências das coisas e dos seres animados e inanimados são devidas aos variados graus de consciência nos diferentes planos e à capacidade e incapacidade de aplicar essa consciência adequadamente. Alcançar a plena consciência humana, é uma grande conquista espiritual. Maior ainda é ser capaz de reconhecer a ilusão e enfrentar todas as coisas ilusórias. A maior conquista do homem é tornar-se consciente de Deus, o que na verdade é, tornar-se consciente de si mesmo ou Consciente da alma.

Por exemplo, vamos supor que as diferenças entre um homem espiritualmente iluminado e um homem não iluminado seja como a diferença entre um homem que tem normais as faculdades sensoriais de visão, audição, olfato e paladar, e um outro homem que nasceu cego e surdo, e sem sequer as faculdades de olfato e paladar. Agora, se acontecer dos dois homens estarem presentes ao mesmo tempo em um jardim cheio de cores, pássaros cantando, córregos e nascentes, onde deliciosos frutos e flores perfumadas estão igualmente disponíveis para ambos os homens, necessariamente haverá um mundo de diferença entre o âmbito, a natureza e a capacidade de sua consciência, conhecimento e experiência. Para o homem iluminado, o mundo seria experimentado como cheio de música, cheio de luz e cheio de beleza. Para o homem não iluminado ou cego e surdo, o mesmo mundo seria apenas um negro nada monótono. Se alongarmos mais o exemplo acima e imaginarmos que um milagre aconteça, através do qual o homem não iluminado comece a ganhar uma após a outra as faculdades de olfato, audição, visão e paladar, podemos ter alguma idéia de como a consciência do homem começa a ser transportada através dos diferentes planos [sutil e mental] do caminho para a Consciência de Deus. O homem então começa a perceber que todas as diferenças devem-se simplesmente a uma diferença em seu próprio estado de consciência, que experimenta as verdades interiores mais e mais conforme a consciência é libertada das ilusões externas.

A força que mantém um homem espiritualmente cego, surdo, mudo, etc, é a sua própria ignorância, que é regida pelo princípio cósmico da ignorância geralmente conhecido como Maya. Entender Maya é entender metade do universo. Todos os falsos valores e falsas crenças são devidos ao controle de Maya. O intelecto, em particular é um joguete nas mãos de Maya, pois o intelecto não é capaz daquela consciência que sabe que Deus é a Verdade. A Verdade só pode ser conhecida após a pessoa transcender a ilusão cósmica que aparece como real devido a Maya. O princípio da ignorância, ou seja, Maya, só pode ser transcendido quando o aspirante espiritual é capaz de perceber que Maya é a sombra de Deus e, como tal, não é nada. O enigma de Maya resolve-se somente após a auto-realização (realização do Ser).

Todos os grandes filósofos que não estão vinculados pelos seus preconceitos materialistas, tiveram lampejos da realidade e reconheceram o princípio da ignorância como sendo responsável por fazer todas as coisas ilusórias e transitórias parecerem duradouras e verdadeiras. Os cientistas, naturalmente, têm dificuldade em aceitar conclusões místicas relativas ao mundo e ao cosmos transitórios, pois as percepções metafísicas não podem ser alcançadas através de métodos aceitáveis às regras experimentais da ciência. A principal dificuldade em entender esse conceito na sua totalidade, é que isso implicaria um pleno conhecimento do esquema cósmico. Não é possível, nem mesmo para um mestre explicar aquilo que está além dos limites da mente humana! Um mestre pode somente fazer a pessoa realizá-lo por meio de sua graça e ao conceder-lhe a iluminação.

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